UEMG Barbacena chega a 48 dias em greve e professores pedem cumprimento de Acordo de Greve de 2016
A previsão é que a greve continue em Barbacena e nas demais unidades
Com cerca de 21 mil alunos, a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) está em greve desde o dia 2 de maio em Barbacena e demais unidades. Através do movimento, servidores cobram o cumprimento do Acordo de Greve de 2016, que de acordo com a classe, ainda não foi cumprido pelo Governo de Minas, mesmo diante da homologação judicial de 2018.
Os professores Jairo Badurni Filho e Luciano Alves Nascimento, que estão à frente da greve local, afirmam que também são pautas do movimento a recomposição salarial, concessão de dedicação exclusiva, mudança de regime de trabalho de 20 para 40 horas, mais concursos públicos e o fortalecimento das políticas estudantis como restaurante universitário, alojamentos estudantis, entre outras ações.
Segundo eles, apenas para o ano de 2024, a UEMG sofreu um corte de cerca de 25%, com perda de mais de 100 milhões de reais do seu orçamento. Tais cortes teriam reduzido a oferta de bolsas de pesquisas, extensão, contratação de servidores técnico-administrativos e ocasionado o cancelamento ou redução de vários programas de atendimento a professores e alunos. “Os cortes agravam ainda mais um contexto marcado pelos piores salários pagos a professores entre todas as universidades públicas brasileiras, com professores contratados para cargo de 20 horas e que não chegam a ganhar sequer um salário mínimo como remuneração básica”, afirmou o comando do movimento na cidade.
A professora Rosária Resende, efetiva na UEMG desde 2006, falou sobre a proposta oferecida à categoria. “É importante destacar que um reajuste salarial abaixo da inflação representa uma perda real no poder de compra dos servidores. Em um contexto de aumento no custo de vida, essa proposta é não apenas insuficiente, mas também injusta, pois penaliza aqueles que se dedicam diariamente ao serviço público “, declarou a profissional.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) votou, em dois turnos, o Projeto de Lei que previa 3,62% de recomposição salarial para todas as carreiras do funcionalismo público estadual, independentemente das especificidades de cada categoria. Em seguida, houve concordância com o índice de 4,62%.
“Para as carreiras da UEMG, já sem reajuste em 2023, está muito distante da recuperação dos salários que vem sendo corroídos pela inflação ao longo de mais de dez anos. Assim, diante da desvalorização profissional e precarização das condições de trabalho na universidade, os professores permanecem em greve até que o atual Governo Estadual apresente propostas concretas para as pautas da greve”, finalizaram os representantes.
A Folha de Barbacena entrou em contato com a Secretaria de Educação de Minas Gerais, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.