Data e local da beatificação da Serva de Deus Isabel Cristina são divulgadas
A Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos será beatificada no dia 10 de dezembro, em Barbacena, em celebração solene com o rito de beatificação presidida pelo Prefeito do Dicastério da Causa dos Santos, o Eminentíssimo Senhor Cardeal Marcello Semeraro. A beatificação acontecerá na Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena.
Destacando a alegria e honra pela beatificação da Serva de Deus Isabel Cristina, a primeira da Arquidiocese de Mariana, Dom Airton solicita a todos os fiéis que se empenhem e rezem para esse momento. “Vamos trabalhar intensamente e adquirir experiência na preparação [da beatificação] daqueles que são colocados pela Igreja como modelos de vida e santidade para todo o Povo de Deus”, afirma o Arcebispo Metropolitano recordando também os demais processos de beatificação e canonização desta Igreja Particular: Venerável Dom Viçoso, Monsenhor Horta e o Servo de Deus Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida.
O Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, Monsenhor Danival Milagres, pontua a alegria de receber a notícia de que o processo será realizado na Igreja Matriz, local em que Isabel Cristina recebeu o Sacramento do Batismo e onde, atualmente, se encontram depositados os seus restos mortais.
“Recebemos com muita alegria e esperança essa confirmação de sua beatificação. Esperança porque se trata de uma jovem que deve inspirar tantos outros a viverem com coragem o testemunho da fé, da esperança e da caridade. Isabel Cristina soube viver em grau heroico as virtudes cristãs, sobretudo, o testemunho da sua fé pela vivência da caridade através de sua participação na Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP). Destaco ainda a sua coragem na defesa da vida e do valor da castidade, enfrentando com esperança o sofrimento da qual ela foi vítima. Jovem de fé, cultivava seu amor a Maria, por isso, ela estava com terço em sua mão, em forma de anel, quando a encontraram morta em seu apartamento em Juiz de Fora”, comenta Monsenhor Danival.
Na opinião do sacerdote, a beatificação da Serva de Deus se tornará bênção para toda a Arquidiocese de Mariana, especialmente, para a nossa juventude. “A santidade que nós reconhecemos na vida de Isabel Cristina se dá por tudo aquilo que ela viveu e recebeu da sua família. Portanto, é sinal de esperança também para as nossas famílias: cultivarem nos lares os valores da nossa fé para que a vivência da santidade se torne uma realidade na vida de cada um de nós. Que a Serva de Deus Isabel Cristina interceda a Deus pela nossa Igreja, pela nossa Arquidiocese de Mariana e pela cidade de Barbacena”, ressalta Monsenhor Danival.
Sobre a Serva de Deus Isabel Cristina
Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena. É filha de José Mendes Campos e Helena Mrad Campos. Com o desejo de fazer Medicina, foi para Juiz de Fora (MG), em 1982, para se preparar em um curso pré-vestibular. Era uma moça como tantas outras. Estudava, namorava, participava de festas. Mas tinha uma vida de oração e sonhava ser pediatra para ajudar crianças carentes. Era sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o que certamente aprendeu na família, que era vicentina. Na época, seu pai era presidente do Conselho Central de Barbacena.
No dia 1º de setembro do mesmo ano, um homem foi montar um guarda-roupa no pequeno apartamento para onde se mudara com seu irmão, Paulo Roberto, e tentou violentá-la. Encontrando resistência, deu-lhe uma cadeirada na cabeça, amarrou, amordaçou e rasgou suas roupas. Como continuou a resistir, foi morta sem piedade com 15 facadas. Foi um crime cruel, com grande repercussão, e que abalou muito a família e todos os que souberam do caso.
Processo de beatificação
Por causa da maneira como morreu e, sobretudo, pela forma como viveu, algumas pessoas tiveram a iniciativa de entrar com o pedido de um processo para sua beatificação. A solicitação foi aceita por Roma e, no dia 26 de janeiro de 2001, em Barbacena, foi instalado o processo, quando Isabel Cristina recebeu do Vaticano o título de Serva de Deus. Foram oito anos de trabalho, entre coleta de depoimentos e documentos, além da digitação e tradução para o italiano, tendo a fase diocesana do processo sido finalizada em 2009.
O seu martírio foi reconhecido pelo Papa Francisco, por meio de decreto, em outubro de 2020. Entretanto, devido à pandemia, não foi possível marcar a data deste grande evento eclesial. “Agora temos a alegria de nos prepararmos para esta grande celebração que será repleta de bênçãos para toda a Igreja no Brasil e particularmente para a nossa Arquidiocese de Mariana”, ressalta Dom Airton.
Com informações da Arquidiocese de Mariana