No último sábado (28/10), o município de São João del-Rei recebeu uma visita técnica da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o Ministério de Saúde devido a suspeita de um surto de infecções pela bactéria Streptococcus. A equipe técnica do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs-Minas) esteve presente verificando indícios e informações a respeito dos recentes casos de infecções em crianças, buscando identificar os agentes infecciosos, além do tratamento que deve ser adotado e as orientações para atendimento aos casos suspeitos.

Exames realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) estão analisando as causas da morte de três crianças no município de São João del-Rei, bem como a internação de outras devido a suspeita de contaminação pela bactéria bactéria streptococcus. Na última semana as amostras confirmaram o contágio de uma criança, que inclusive já recebeu alta hospitalar, pela bactéria streptococcus pyogenes. No entanto, após alguns dias, a secretaria voltou atrás e disse que o resultado identificou a subespécie streptococcus sp. alfa-hemolítico, sendo esta mais rara e letal.

O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, criticou as medidas adotadas por prefeituras como a suspensão de aulas, desinfecção de escolas e aquisição de testes rápidos, alegando que tais medidas não são efetivas e apenas espalham o pânico. De acordo com a coordenadora do Cievs-Minas, Eva Lídia Medeiros, a situação atípica pede que seja feita uma investigação de campo para avaliar a possibilidade de surto, detectando assim os fatores envolvidos e as medidas que devem ser tomadas. As análises que foram coletadas relativas aos casos continuam sendo submetidas a análises e a conclusão das mesmas ainda está sendo aguardada.

A SES-MG informou que ainda não há comprovação de risco à saúde da população de São João del-Rei ou evidências que justifiquem a necessidade de fechamento de escolas ou alteração na rotina da cidade. A orientação é que crianças que apresentarem sintomas como dor de garganta, febre, manchas ou lesões cutâneas devem procurar a unidade de saúde para atendimento clínico, avaliação, orientação e tratamento adequado e não devem ser enviadas as escolas na presença de sintomas.