• Rodrigo Godoy: o saxofonista barbacenense que levou seu talento para o mundo

    Rodrigo Godoy, de 39 anos, faz parte dos barbacenenses que saíram da cidade em busca de um sonho e puderam levar um pouco da essência mineira para vários lugares do mundo. Apesar de ser formado em Gestão Ambiental, pós graduado em Petróleo e Gás e também ser designer gráfico, desde pequeno, a arte e a música sempre chamaram sua atenção.

    Saxofone, um instrumento que Rodrigo conheceu com seu primeiro professor, José Maria Goulart, aos 12 anos de idade, por meio de um projeto de orquestra jovem que era realizado na Creche Pequeno Marcos, e que o levou para o mundo da música. “Eu já gostava de ouvir o saxofone nas rádios, nas oportunidades que tínhamos, aqueles solos marcantes me fizeram apaixonar pelo instrumento”, relatou o barbacenense.

    O Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier, em São João del-Rei, e a Universidade de Música Popular Bituca, em Barbacena, também fizeram parte da trajetória musical de Rodrigo. Ao longo de sua aprendizagem e crescimento como saxofonista, Godoy teve a oportunidade de tocar em várias regiões de Minas Gerais e também em alguns estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal.

    “Com o advento da internet eu tive a oportunidade de ter um feedback dos músicos estrangeiros, quando eu postava meus vídeos no YouTube eles elogiavam meu trabalho e questionavam o porquê de não ir para fora tocar saxofone”, disse Rodrigo. Em 2018, ele foi morar no Egito e teve a oportunidade de tocar saxofone com outros músicos, DJs e solo, além disso, morou na França e em Lisboa, onde pôde vivenciar ainda mais experiências musicais.

    O saxofonista já tocou com artistas como o baixista Arthur Maia, Derico (saxofonista da Banda do Jô Soares), o baterista Jimmy Duchowny, Marcus Góes e Marquinhos Gomes. Realizou também muitos trabalhos em estúdios e shows para inúmeros artistas.

    Foto: Rodrigo Godoy

    Com a ida de Rodrigo para fora do país, muitas perspectivas diferentes sobre o universo musical começaram a surgir, e à medida que ele se aprofundava em sua carreira, mais diferenças ele percebia entre a forma de lidar com a música no Brasil e fora dele. “O instrumento, a música é uma linguagem universal, mas não basta você ser somente um bom músico, não é só isso que abre portas para você. A postura, seu comportamento, as conexões e a forma que você se vê no meio que quer ser inserido dizem muito também”.

    “A música e os músicos brasileiros são bem aceitos lá fora, e talvez seja necessário que o Brasil reconheça esse potencial aqui dentro mesmo, principalmente por parte das pessoas que estão envolvidas nos setores, porque os músicos estão disponíveis e se dispondo a tocar e participar de projetos, só que a burocracia exigida pelas pessoas que estão à frente dos setores culturais ou a falta de competência técnica acabam deixando de aproveitar esses artistas”, afirmou.

    Além de saxofone, Rodrigo toca flauta, teclado e também é produtor musical. De acordo com ele, o repertório é adaptativo para cada pessoa e cada local. “Eu penso em música 24 horas por dia. Estudo arranjo, penso na música que ficaria legal no saxofone e fico sempre antenado no que eu gosto de tocar, mas também no que está sendo tocado no momento que as pessoas estão gostando, porque eu preciso transitar entre o comercial e minha linguagem pessoal”.

    Em 2020, quando ele retornou para o Brasil devido a pandemia, teve a oportunidade de dedicar mais aos estudos de produção, composição e gravação musical e pretende utilizar esses ensinamentos quando retornar para o exterior.

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