• Polícia Civil elucida latrocínio de motorista de aplicativo; confira detalhes da coletiva de imprensa

    Coletiva de imprensa detalha investigação que levou à prisão de três suspeitos pelo assassinato do motorista Júlio César, ocorrido em outubro

    A Polícia Civil de Minas Gerais, através do 13º Departamento de Polícia de Barbacena, realizou uma coletiva de imprensa para elucidar sobre a prisão de três suspeitos pelo latrocínio (roubo seguido de morte) do motorista de aplicativo Júlio César.

    O crime ocorreu no dia 11 de outubro. Os suspeitos — um homem, sua companheira e a irmã do suspeito— foram presos na última sexta-feira (31/10) em regime de prisão temporária de 30 dias.

    Em coletiva de imprensa, o Chefe do 13º Departamento, Dr. Alexander, o Delegado Regional, Dr. Saulo Prado, e a Delegada responsável pelo caso, Dr.ª Ariadya Tavares, detalharam a investigação que chocou a cidade.

    A Investigação

    A Dr.ª Ariadya Tavares relatou que as investigações começaram no domingo, 12 de outubro, após a família registrar o desaparecimento de Júlio César.

    • O Início: No sábado (11), Júlio César, que anteriormente trabalhava como pedreiro, estava em seu primeiro dia de trabalho como motorista de aplicativo. Ele aproveitava o movimento da Festa das Rosas e Flores para realizar corridas.
    • O Desaparecimento: Após deixar a esposa em Alfredo Vasconcelos, ele retornou a Barbacena. O último contato com ela foi por volta das 21h de sábado. No domingo, ele não apareceu para buscá-la conforme combinado.
    • Veículo Encontrado: A família registrou a ocorrência na tarde de domingo e iniciou buscas por conta própria. Horas depois, o veículo de Júlio foi encontrado abandonado em um condomínio no bairro Grogotó.
    • Evidências Iniciais: A perícia no carro constatou que o cinto de segurança do motorista havia sido cortado (seccionado) e encontrou vestígios de sangue no porta-malas.

    A delegada explicou que a investigação de campo foi crucial, pois Júlio César estava realizando muitas corridas “fora do aplicativo”, ou seja, combinadas diretamente na rua, sem registro na plataforma.

    “Apuramos a vida da vítima e não identificamos nenhum envolvimento dele com crimes, drogas, dívidas ou inimizades. Era um homem caseiro, dedicado à família e ao trabalho. Isso fortaleceu a tese de latrocínio”, afirmou a delegada.

    A investigação identificou que o veículo de Júlio esteve na região conhecida como “Cabeça Branca”. Buscas no local levaram à localização do corpo. O celular e um cartão bancário da vítima não foram encontrados.

    A quebra do sigilo bancário de Júlio César foi o ponto-chave. A polícia identificou transações financeiras realizadas após o desaparecimento, o que, cruzado com imagens de câmeras de segurança próximas ao Parque de Exposição, permitiu a identificação dos três suspeitos.

    Dois dos presos confessaram a participação. No entanto, seus depoimentos são conflitantes, de acordo com a delegada do caso:

    1. A Companheira: Afirmou que ela e seu parceiro pegaram a corrida com Júlio. Ao chegarem ao local ermo, o homem anunciou o roubo, tirou a vítima do carro e ela “não viu o que aconteceu”. 
    2. O Homem: Alegou que um “outro rapaz” (uma quarta pessoa) o teria chamado para o crime e estaria esperando no local (Cabeça Branca). Esse quarto elemento teria anunciado o assalto e matado Júlio.
    3. A Irmã do Suspeito: Foi presa devido às transações bancárias feitas em seu nome. Ela nega ter conhecimento ou participação no crime.

    O homem preso já possui passagens pela polícia por furto e violência doméstica. As duas mulheres não tinham antecedentes.

    Detalhes da Perícia

    Questionada sobre a causa da morte e boatos de tortura ou carbonização, a delegada esclareceu:

    • Causa da Morte: O corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição (“esqueletizado”). A perícia médica, conduzida pelo legista Dr. Rômulo, identificou múltiplas lesões por instrumento corto-contuso na região cervical (pescoço), que teriam sido feitas com a vítima ainda em vida.
    • Carbonização: É falso que o corpo estivesse carbonizado. A perícia localizou apenas “vestígios de fogo” em uma das pernas da vítima.
    • Identificação: A identificação oficial foi complexa e realizada pelo Posto de Identificação da Polícia Civil, que conseguiu recuperar impressões digitais da pele remanescente, confirmando a identidade de Júlio César.

    O Delegado Regional, Dr. Saulo Prado, elogiou o empenho de toda a equipe — investigadores, escrivães, peritos e legistas — e a agilidade do Poder Judiciário e do Ministério Público na expedição dos mandados. A investigação prossegue para concluir o inquérito e determinar se há mais envolvidos.

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