• Março Lilás: Campanha conscientiza sobre câncer de colo de útero

    Professores da FAME alertam para a importância da prevenção e diagnóstico precoce

    O mês de março é um período de atenção especial à saúde da mulher. Além das comemorações do dia 8, Dia Internacional da Mulher, o Março Lilás dedica-se ainda à campanha de prevenção e combate ao câncer de colo uterino.

    Dados do Ministério da Saúde apontam para cerca de 17 mil novos casos todos os anos no país. Para o médico ginecologista e professor da Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME), Dr. André Canuto, esse número é bastante alarmante já que este é um tipo de tumor com possibilidade de diagnóstico precoce, obtido num exame ginecológico relativamente simples, o Papanicolau, popularmente conhecido como exame preventivo.

    “Existem estratégias onde a população pode obter esse diagnóstico de forma precoce por meio do SUS, evitando atingir uma forma avançada. Do ponto de vista evolutivo, esta é uma doença lenta, que se desenvolve ao longo de anos, o que nos dá muito tempo para fazer esse diagnóstico, desde que os programas de rastreamento sejam de fato cumpridos”, disse. Na opinião do médico, a disponibilidade e estratégia do SUS para diagnosticar e tratar esse tumor é muito boa. “O que é necessário principalmente é a adesão da paciente às políticas públicas de promoção e prevenção à saúde. Quando corretamente implementadas essas estratégias tendem a diminuir a frequência do tumor”.

    O câncer de colo uterino é o terceiro tipo mais frequente na população feminina, e os especialistas são unânimes em afirmar que é a detecção precoce que evita casos graves. Através do exame preventivo, o tumor pode ser detectado em forma de lesões iniciais, quando ainda não são considerados tumores invasivos. “Essas lesões, quando tratadas de maneira inicial, têm pouco impacto em termos de morbidade e mortalidade. Os dados do INCA mostram que a cada 100 mil óbitos de mulheres, 5,33 são em consequência do câncer de colo de útero. E o exame para se detectar precocemente a doença é fácil e muito tranquilo de ser realizado”, explicou a ginecologista e obstetra, Dra. Vanda Lúcia Machado, que também é professora da FAME.

    Políticas Públicas no combate ao câncer uterino

    O Ministério da Saúde, em 2014, implementou no Sistema Único de Saúde a vacinação gratuita contra o HPV em meninas de 9 a 13 anos de idade.  Esta faixa etária foi escolhida por ser a que apresenta maior benefício pela grande produção de anticorpos e por ter sido menos exposta ao vírus por meio de relações sexuais. Em 2017 a vacinação foi ampliada para as meninas/adolescentes de 9 a 14 anos e introduzida para a população masculina de 11 a 14 anos.

    O desenvolvimento da vacina contra o HPV veio para impactar positivamente, reduzindo a ocorrência de casos num médio prazo. “Mas para isso é necessário que ocorra a adesão da população aos programas de vacinação. A vacinação é a principal arma contra o câncer de colo de útero e é por isso que está entre as prioridades das novas diretrizes da OMS. Por isso falar sobre a doença e suas formas de prevenção é tão importante, desde o início da vida sexual dos adolescentes” defende a Professora da FAME e Ginecologista, Dra. Nádia Lúcia Meneses.

    A OMS apoia a redução da incidência e eliminação desse tumor em três bases: vacinação contra o HPV; rastreio e tratamento de lesões pré-cancerosas; e manejo do câncer cervical invasivo, incluindo acesso a cuidados paliativos. “A prevenção se baseia em descobrir o mais precocemente as lesões precursoras através da coleta de preventivo, e na prevenção da transmissão do HPV e de outras doenças sexualmente transmissíveis, através da diminuição do número de parceiros sexuais, acompanhada do uso de preservativos”, completou a Dra. Nádia.

     

    Fonte: FAME:

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