• Por unanimidade, STF decide que municípios podem aprovar leis que proíbem a soltura de fogos com estampido

    Em Barbacena, a lei que proíbe a queima e soltura destes fogos foi sancionada no dia 13 de janeiro de 2022

    O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade que os municípios têm legitimidade para aprovar leis que proíbam a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzam estampido. A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 1210727, com repercussão geral (Tema 1056), na sessão virtual concluída em 8 de maio, seguindo o voto do ministro Luiz Fux (relator).

    O recurso ao STF foi interposto pelo procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo contra decisão do Tribunal de Justiça estadual (TJ-SP) que validara a Lei 6.212/2017 do Município de Itapetininga (SP), que proíbe, em toda zona urbana municipal, a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzam estampido.

    Impactos negativos

    No voto pelo desprovimento do recurso, o ministro Luiz Fux destacou que a Corte tem legitimado a edição de leis municipais referentes a interesses locais, reconhecendo a competência legislativa concorrente para tratar de proteção à saúde e ao meio ambiente. No julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 567, o STF validou lei da capital paulista que havia implementado essa medida de proteção em razão dos impactos negativos documentados que fogos com efeito sonoro ruidoso causam às pessoas autistas e a diversas espécies animais.

    Fux destacou, ainda, que a Resolução Conama 2/90, que dispõe sobre o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora, autoriza expressamente a fixação de limites de emissão de ruídos em valores mais rígidos em níveis estadual e municipal.

    A seu ver, a lei de Itapetininga está de acordo com a disciplina federal, tratando-se, na verdade, de regulamentação mais protetiva, levando em conta os impactos negativos à saúde e ao meio ambiente.

    Proporcionalidade

    O ministro Fux também considerou a vedação adequada e proporcional, pois busca evitar os malefícios causados pelos efeitos ruidosos da queima de fogos a pessoas com hipersensibilidade auditiva no transtorno do espectro autista, crianças, idosos e pessoas com deficiência, além dos animais. Segundo ele, a lei também não inviabiliza o exercício de atividade econômica, pois a restrição se aplica apenas aos artefatos que produzam efeitos ruidosos, permitindo espetáculos de pirotecnia silenciosos.

    Tese

    A tese de repercussão geral aprovada foi a seguinte: “É constitucional – formal e materialmente – lei municipal que proíbe a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos produtores de estampidos”.

    Barbacena

    Em Barbacena, a lei que proíbe a queima e soltura destes fogos ou quaisquer artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso foi sancionada no dia 13 de janeiro de 2022.

    O descumprimento da lei na cidade pode ocasionar na multa de 50 Unidades Padrão Fiscal do Município de Barbacena – UPFMB, sendo cobrada em dobro no caso de reincidência, no período de 360 dias. A multa é ainda maior em caso de pessoa jurídica, através de seus dirigentes, prepostos ou funcionários. O valor para esse grupo será de 100 UPFMB.

    O barulho dos fogos pode causar danos a idosos, pessoas com deficiência, crianças e animais. A promulgação da lei é uma demanda antiga de diversos grupos e órgãos. Já os fogos-de-vista, que são aqueles que não produzem barulhos, poderão ser soltos normalmente.

    Com informações do STF

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