• Universo

    Por Isabella Paolucci

    Sentimentos são uma coisa complicada.

    Eu nunca fui boa em sentir, nunca fui boa em demonstrar e nem em ser entendida. Ninguém nunca captou a essência ou a verdade nas minhas palavras escritas ou nos rascunhos que nunca verão a luz do dia.

    Ninguém nunca se aproximou da bagunça da qual sou feita e sorriu.

    Sou ruim em demonstrar, sou ruim de entender… oras, nem eu mesma me entendo! Eu provavelmente sou a pessoa mais confusa do mundo quando se trata de interpretar o grande – e confuso – universo que carrego dentro de mim.

    Como estrelas carrego minhas qualidades, tão brilhantes e atrativas que eu gostaria de carregar não apenas uma, mas todo um céu luminoso. Eu não sei quantas tenho, não sei quantas delas já se extinguiram deixando apenas sua luz ilusória ou ainda quantas foram capazes de fascinar talvez uma ou duas pessoas, de forma que seja um desejo delas que as noites lindas à luz do luar e dos astros se tornassem uma constante em sua vida.

    E se todas elas forem uma ilusão? Alguém ainda ficaria para observar o céu ou as noites seriam para uma pessoa só?

    Além delas, carrego em meu interior as nebulosas, a chamada poeira cósmica que é apenas um nome bonito que encontrei para a boa e velha insegurança. Sim, ela está presente há bastante tempo e carrega dentro de si aquilo que é liberado após a morte de uma estrela — ou talvez, em se tratando de pessoas, seja a causa da extinção de todas elas.

    Eu não sou boa o suficiente. Eu nunca conseguiria. Talvez seja melhor pedir a opinião de outra pessoa só pra ter certeza. O que será que eles acham? Se eles

    Em forma de planetas trago aqui o meu crescimento, sempre orbitando em torno da minha verdade. Não possui luz própria e por isso busca sempre o calor e a luminescência que só conseguirei encontrar na verdadeira essência, aquilo que sou quando as luzes estão apagadas e a minha cabeça está deitada sobre o travesseiro… no momento em que sou apenas eu, sem nada que venha de fora.

    Cuidado! Eu sei que você gosta de calor, mas se acabar se aproximando muito do sol pode se queimar…

    De satélites eu gostaria de chamar as pessoas importantes. Ninguém nunca seria alguém se estivesse completamente sozinho. Sempre acompanhando, cuidando e observando para que tudo ocorra da melhor forma possível, meus satélites desempenham o papel de inspirar e manter viva a minha melhor versão.

    Não importa quantos satélites você tenha, apenas cuide deles e os valorize enquanto eles cuidam de você.

    Chamarei de cometa o início de tudo. Antes apenas um pequeno corpo gelado que se aqueceu e se transformou em um fenômeno que todos param para observar. Ainda que alguns mantenham seus olhos fixos para admirar o desenvolvimento, outros mantém os olhos fixos em busca de falhas — e elas existem.

    Você pode escolher de qual lado quer se tornar refém.

    Asteroides é um termo que se aplica a planetas consideravelmente menores que não foram capazes de evoluir para se transformar em algo, eles apenas existem. Assim irei me referir às fases, aos gostos passageiros ou talvez modas às quais seguimos apenas por pressão do coletivo. Talvez eu também possa usá-los para definir as fases ruins e tudo aquilo que é passageiro.

    Não importa o que você faça, asteroides permanecerão existindo e tudo bem — desde que ele não acabe destruindo um de seus planetas.

    Alguns universos são compatíveis e se mostram mais favoráveis a outros, cabe ao seu sol decidir quais são aqueles que vão fortalecer, avivar e potencializar a sua verdadeira e incrivelmente brilhante essência.

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