Projeto para conservação de tamanduá-bandeira vence prêmio nacional
Iniciativa do Instituto Estadual de Florestas contribui para a preservação de espécies em Minas Gerais
Criado e coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Projeto TamanduaASAS venceu o Prêmio Alcides Pissinatti, o que ratifica o trabalho realizado em prol da conservação da espécie e também da fauna e da flora em todo o estado de Minas Gerais.
Iniciado em 2017, o projeto tem o objetivo de receber, reabilitar e realizar solturas monitoradas de tamanduás-bandeira. As atividades do projeto fazem parte do Plano Nacional de Conservação do tamanduá-bandeira, e desenvolve alternativas de destinação responsável para a espécie.
Premiação
Na premiação, recebida no Congresso da Associação Brasileira de Médicos Veterinários de Animais Silvestres (Abravas), o projeto foi apresentado por meio do trabalho intitulado Primeiro registro brasileiro de sucesso de tamanduá-bandeira (Myrmecophagatridactyla) criado, reabilitado e solto com monitoramento GPS-Iridium, apresentado pela analista ambiental da Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade (URFBio) Triângulo Mineiro e coordenadora do projeto, Juliana Magnino.
A servidora relatou a metodologia utilizada para garantir a liberdade do tamanduá Dumbo, que chegou ao projeto em 2018 e foi solto para o monitoramento em 2019. O animal foi encontrado sem a mãe, na área urbana de Uberlândia e pesava, à época, 1,240kg. Durante o período em que esteve em reabilitação, o animal permaneceu sob cuidados em um centro de apoio do IEF no município. Lá ele recebeu o tratamento necessário para a recuperação da saúde e bem-estar para que fosse novamente solto na natureza.
O tamanduá foi para o recinto de reabilitação em março de 2019 e utilizou as piscinas que foram construídas especialmente para ele no Retiro Águas Vivas, no período de preparação para a sua soltura. O animal recebeu colete rastreador, em maio de 2019, para que pudesse ser monitorado após a soltura. O GPS instalado no colete do tamanduá gera coordenadas por onde o animal passou. Com isso, a equipe do projeto também realiza um monitoramento em campo para verificar o local que ele está ficando, avaliar seu estado geral de saúde, observar o animal dormindo, se alimentando e interagindo com o meio.
Na avaliação da coordenadora do TamanduASAS, Juliana Magnino, o prêmio é um reconhecimento ao esforço e amor da equipe de profissionais que atua no projeto. “O TamanduASAS tem vários parceiros, mobilização de muita gente para conservar os tamanduás-bandeira e esse reconhecimento nos mostra que o trabalho tem dado certo e gerado frutos”, analisa.
Parceiros
O TamanduASAS tem como grande aliado o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Conta ainda com outros parceiros: Centros de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de Minas Gerais, Ibama, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade de Brasília (UnB), Retiro Águas Vivas, Projeto Bandeiras e Rodovias e as associações sem fins lucrativos Nobilis e Instituto de Conservação de Animais Silvestres – ICAS.
Reprodução Agência Minas