

Peça de teatro infantojuvenil sobre ameaças da crise hídrica chega a Barbacena
As apresentações acontecerão de forma gratuita

Entre os dias 9 e 11 de agosto, chega a Barbacena a turnê Circulação Minas Gerais do espetáculo infantojuvenil ItUpAvA – dois mil e SEM, uma peça que combina ficção científica e cultura popular brasileira para despertar, em crianças e adolescentes, a consciência sobre os riscos do agravamento da crise hídrica para o futuro do planeta. Em Minas Gerais a ação contará com 32 apresentações gratuitas em escolas públicas e espaços culturais de 10 cidades.
Criada pelo músico e compositor Flávio Araújo, e escrita em parceria com a atriz e dramaturga Lígia Ferreira, o espetáculo tem apoio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e os ingressos são gratuitos.
Depois de Barbacena, a turnê passará por Santos Dumont nos dias 12 e 13. Também estão previstas sessões em Juiz de Fora, nos dias 14 e 15 de agosto. A temporada continua em setembro e outubro com apresentações em Carandaí, Congonhas, Belo Vale, Betim, Mário Campos, Sarzedo e Ibirité.
Sobre a peça
A peça é um monólogo que narra a história da personagem fictícia Augá (palavra “água” ao contrário), uma viajante do tempo que retorna do ano de 2100 para tentar reverter o estrago causado pela escassez de água potável no mundo. Em sua jornada, ela ganha uma aliada: Pâranã, uma pajé ancestral que carrega os saberes da terra e da natureza. Juntas, elas embarcam em uma missão para mudar o destino da Terra.
De acordo com Lígia Ferreira, que interpreta Augá nos palcos, a narração da visitante do futuro, que descreve um cenário de degradação e risco de extinção da vida na Terra, é uma provocação para que o público reflita sobre o que pode ser feito no presente para conservar os recursos naturais. “Mais do que alertar sobre a ameaça real da crise hídrica para o planeta, a intenção é mostrar que existe esperança, e ela está nas novas gerações, felizmente mais conscientes do que as anteriores sobre a urgência de proteger o meio ambiente”, afirma a atriz.
Produção
Com cenografia e figurinos inspirados no Caminho do Itupava, no Litoral do Paraná (trilha indígena histórica da Serra do Mar que atravessa a Grande Reserva de Mata Atlântica), a peça traz personagens que fazem referência a figuras místicas e do folclore nacional. São seres que simbolizam a proteção das florestas, rios e oceanos.
“O encontro entre o futuro inseguro e o presente apoiado à sabedoria de nossa ancestralidade é cheio de simbologia. Estimulamos o imaginário do público com tecnomisticismo, que mistura elementos futuristas, tecnologia e crenças místicas. É uma peça cheia de poesia e beleza, feita para crianças e jovens, que são a ponta mais sensível da sociedade. Quando entendem o valor da água, muitas vezes são eles que cobram hábitos mais conscientes dos adultos. O teatro é uma ferramenta poderosa para gerar esse tipo de percepção”, explica Flávio Araújo, idealizador do projeto.
Trilha sonora
O espetáculo conta com trilha sonora autoral, que mistura vozes, instrumentos e sons da natureza. “Nessa peça, a trilha não é pano de fundo, e sim personagem. Cada batida, cada som de água ou vento tem função narrativa. Além disso, o handpan (instrumento tocado pela protagonista) desperta a curiosidade do público em meio à cenografia que reforça a grandiosidade da personagem”, completa.
As canções foram produzidas em parceria com os artistas Jean Boca e Marcelo Teixeira, gravadas remotamente durante a pandemia, em home studios. A primeira montagem do espetáculo foi digital, produzida por meio de edital da Lei Aldir Blanc, com apresentações virtuais em 2021.


