Pai e filha dividem sala de aula no Senac em Juiz de Fora
Experiência que tiveram em sala de aula ultrapassou a esfera acadêmica e estreitou os laços afetivos que já cultivam
Em 1909, ao ouvir um sermão dedicado às mães, a norte-americana Sonora Louise Smart Dood pensou: “Por que não agradecer também aos pais pela dedicação aos filhos?”. Filha de um ex-combatente da Guerra Civil Americana, Sonora perdeu a mãe ainda criança, fazendo com que ela e seus cinco irmãos fossem criados somente pelo pai. Em 1910, portanto, ainda refletindo na dedicação do pai, enviou um ofício à capital dos EUA solicitando a criação do Dia dos Pais. Pedido atendido, a data – que inicialmente era 19 de junho, aniversário do pai de Sonora – acabou sendo incorporada em outras regiões do país e, posteriormente, em outros países.
Passado mais de um século, a relação de amor, carinho e afeto entre filhos e pais ainda é vigente na sociedade, e está presente no Senac em Juiz de Fora. Roberto Ferreira Junior, de 56 anos, concluiu o curso de Business Intelligence no último sábado com a filha Bárbara Ferreira.
“Meu pai sempre foi muito presente. Nossa relação sempre foi maravilhosa, baseada no diálogo e respeito. Logo, ter a oportunidade de estar com ele mais um tempinho do dia é algo muito bom”, afirma Bárbara.
A jovem de 25 anos conta que já era aluna do Senac quando recebeu a notícia de que abririam as matrículas para o curso de Business Intelligence. Perguntou, então, para Roberto se ele não toparia se inscrever junto com ela.
“É uma pena que um pai estudando junto com o filho ainda seja visto como algo ‘diferente’. Se as pessoas soubessem o quanto essa experiência é engrandecedora, já teriam normalizado essa situação há tempos”, comenta Roberto.
Embora não trabalhem no mesmo segmento – Débora trabalha no setor comercial -, ambos confirmam que a experiência que tiveram em sala de aula ultrapassou a esfera acadêmica, estreitando os laços afetivos que eles já cultivam desde sempre.