Antes da dominação europeia do atual território que delimita o município de Barbacena, a região era ocupada por grupos indígenas das etnias Puri, Coropó e Coroados. Os últimos remanescentes dos primeiros habitantes do que viria a ser a Comarca do Rio das Mortes foram perseguidos por viajantes estrangeiros até a primeira metade do Século XIX. Mortos, expulsos de suas terras ou miscigenados e induzidos ao alcoolismo, pouco deixaram de seu mundo. Artefatos arqueológicos ainda hoje são encontrados na região. Nada mais restou deles.

Os índios Puris são de uma etnia de pessoas de baixa estatura e pacífica, um povo notívago e costeio, viviam no litoral do Espírito Santo em Rio de janeiro. Porém com a chegada dos Bandeirantes que foram apossando de suas terras, e com o surgimento de outras etnias guerreiras que começaram se movimentar, os Puris não viram outra alternativa a não ser sem embrear em outro território para fugirem desses conflitos devido à sua origem pacífica.

Fugiram seguindo a bacia hidrográfica do Paraíba do Sul e seus afluentes, o rio pomba e rio Muriaé e rio das Mortes.

Por muitos anos eles formaram a maior população indígena no Campo das vertentes chegaram na região há mais de 400 anos no início do século XVII.

Desde a chegada dos índios puris na região, boa parte da cultura indígena se perdeu, nem mesmo a religião e as crenças que são tão representativas entre os índios foram preservadas. Hoje, 95% dos descendentes de origem indígenas da região de Barbacena são católicas, 3% evangélicas e os outros 2% seguem outras religiões. Os indígenas foram em quase toda sua extensão capturados pelos Jesuítas, colocados em aldeias e obrigados a se converterem a catequese, em cristãos. Isso trouxe o que alguns chamam de “genocídio da cultura” Puri.

Em Padre Brito, distrito de Barbacena, atualmente vivem vinte famílias de descendentes dos índios Puris.

Em 24 de fevereiro de 2017, descendentes dos índios Puris tiveram um conflito de terra em Barbacena. O representante dos índios Puris, o Taipuru iniciou a ocupação de um imóvel na antiga estação sericícola, reivindicando a posse das terras, alegando que são terras indígenas e atualmente devolutas.

No registro abaixo vemos o índio Taipuru.

Foto: Diego Cobucci