Por Thiago Rossi

Meu maior segredo sempre foi teu nome, rabiscado na borda de um jornal velho. Na sessão de classificados, pra ser mais específico. Talvez na esperança de conseguir encontrar o teu amor a venda ou, quem sabe, te vender o meu amor.

Meu maior segredo sempre foi teu nome, magicamente emergido na borra do primeiro café do dia. Coisa de simpatia, donde a gente busca desvendar segredos ou manipular os astros para ficarem ao nosso favor.

Meu maior segredo foi ler teu nome nas entrelinhas das canções do rádio, naquela música romântica que, embora eu jamais tenha escrito, se encaixava perfeitamente toda vez que tocava e me trazia você em acordes e sete notas musicais.

Meu maior segredo foi sussurrar teu nome ao vento, numa manhã de primavera, tipo confissão de amor, na ilusão de que Zéfiro ou Baros levasse a você um cochicho da minha declaração.

Meu maior segredo foi dar teu nome à flor mais bela do jardim da minha casa, e todos os dias dar bom dia a ela com a entonação de voz que eu usaria para dar bom dia a você, se estivesse ali….

Meu maior segredo foi esconder teu nome, que ainda carrego num pedaço de papel dobrado no bolso da minha velha calça jeans…