

Lyanco vira protagonista, Atlético atropela o América e fica com a mão na taça do Mineiro
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Se o futebol fosse uma série, o Atlético escreveu um roteiro perfeito para o episódio de ida da final do Campeonato Mineiro. Diante de quase 50 mil torcedores no Mineirão, o Galo não apenas venceu, mas dominou, encantou e, com requintes de crueldade, deixou o América precisando de um milagre na volta. O placar de 4 a 0 refletiu com precisão o que foi a partida: um time com fome de taça contra um adversário que viu o sonho do título virar pesadelo.
Mas para entendermos como essa goleada se desenhou, precisamos voltar no tempo. O relógio marcava apenas sete minutos quando Jori viveu um daqueles momentos que assombram goleiros. Guilherme Arana cruzou rasteiro, e a bola parecia mansa, sem segredos, um lance que se repete em treinos todas as semanas. Mas o arqueiro americano falhou de forma inacreditável, e o Mineirão explodiu pela primeira vez na tarde. Gol bizarro? Sim! Mas justiça para um Atlético que já mostrava que estava ali para decidir.
O América, então, tentou respirar. Renato Marques, sempre perigoso, buscava desafogar o Coelho no ataque. Mas quando a fase não ajuda, tudo conspira contra. Aos 23 minutos, fora do lance, Cauan Barros acertou uma cotovelada em Cuello. O árbitro não hesitou: cartão vermelho direto. Os jogadores do América ainda tentaram argumentar, mas o VAR sequer precisou ser acionado. De repente, o que já era difícil para o Coelho virou uma missão quase impossível.
E se tem uma coisa que esse Atlético de Cuca sabe fazer é farejar a fragilidade do adversário e não perdoar. Com um jogador a mais, o Galo transformou a partida em ataque contra defesa. A pressão era incessante, e o segundo gol uma questão de tempo. Foi aí que Lyanco (sim, ele mesmo) decidiu que a final do Mineiro era o dia para viver o seu momento de artilheiro. O zagueiro aproveitou um passe magistral de Gustavo Scarpa e, como um centroavante, tocou por baixo das pernas de Jori para ampliar.
O segundo tempo mal havia começado e, antes que o América pudesse pensar em reagir, Lyanco voltou a aparecer. Gabriel Menino cruzou na medida, e o defensor testou com precisão para fazer o terceiro. Era a goleada se desenhando, e a taça se aproximando cada vez mais de Lourdes.
Mas o Galo queria mais. A torcida empurrava como se o troféu já estivesse em jogo, e o ataque seguia em busca de mais gols. Aos 18 minutos, Rony, que já fazia uma grande partida, recebeu um lançamento açucarado de Rubens e só teve o trabalho de tocar na saída do goleiro para fechar a conta.
Se o futebol é imprevisível, o Atlético tratou de reduzir ao máximo essa incerteza. O Mineirão foi palco de uma atuação de gala, e a sensação que fica é que o hexacampeonato é questão de tempo. Se repetir essa intensidade no Horto, o Galo levantará mais um troféu sem sustos.



