A Justiça de Minas Gerais derrubou a suspensão do livro “O Menino Marrom”, de Ziraldo”, feita pela Secretaria de Educação de Conselheiro Lafaiete. A decisão foi comunicada ontem (27/06) e a partir de hoje (21/06) serão promovidas ações pedagógicas para esclarecer a temática abordada na obra.

A Secretaria alega que o livro nunca foi censurado, apenas teve as atividades em que era utilizado como base suspensas para formalizar um plano de trabalho que evitasse qualquer dupla interpretação ou preocupação junto à comunidade escolar após reclamações de alguns pais sobre o conteúdo do material.

A obra de 1986 retrata a amizade entre dois personagens: um Menino Marrom e um Menino Branco. Pais apontaram a história como agressiva e em um áudio que circula nas redes sociais, um pai afirma que a capa do livro remete para assuntos de racismo. “Esse livro tem um conteúdo agressivo no sentido de que ele induz a criança a cortar os próprios pulsos. E não só isso, tem uma página que fala que quer que a velhinha morra atropelada”, afirma o homem na mensagem. O trecho citado remete a um momento da obra em que os dois meninos decidem selar a amizade com um “pacto de sangue”, porém os personagens acabam usando tinta azul em vez de furar os dedos.

Na última segunda-feira (24/06) foi realizada pela Secretaria uma live para explicar a obra para a cidade e até a próxima segunda-feira (01/07), professores e integrantes da comunidade realizarão rodas de conversa sobre a obra.