• Evenstar

    Por Laura Assis

     

    Abri os olhos quando a luz do sol passou através da cortina

    Respirei profundamente o ar que aquela manhã trazia

    Não me mexi e fechei os olhos outra vez

    Era um ar levemente gelado, comum deste mês

    Fiquei parada ali com aquela velha sensação

    De que eu sentiria outra vez as batidas do seu coração

    Apenas se demorasse a virar para o outro lado

    Mas eis que me lembro: ele estava congelado

    É natural do ser humano buscar consolo na dor

    Passo a passo rumo ao fim de um amor

    Na justa e exata dor que docemente acompanha

    Onde nem sempre importa quem perde, quem ganha

    Eu não me virei de lado, mas me sentei na cama

    Pensei que você escolheu uma maneira leviana

    E ainda de costas para onde você costumava acordar

    Acreditei que devia nossa história abortar

    É natural do ser humano buscar consolo no amor

    Rezando juntos, de mãos dadas, com ardor

    No justo e exato sentimento que nasce

    E quando, enfim, nos víamos face a face

    Vinte e sete dias se passaram no calendário

    E tudo era só um lance temporário

    E foi o tempo que eu demorei para perceber

    Era forte demais para não doer

    E agora chega a doer um pouquinho

    E eu não espero que você entenda

    Mas me lembro que acordar pertinho

    Era como abrir os olhos em Valfenda

  • Botão Voltar ao topo
    Copy Protected by Chetan's WP-Copyprotect.