• Coerência

    Por Otávio Henrique

    Sendo honesto com minha confusão,

    eu não aspiro me organizar.

    Sendo cúmplice de minha guerra,

    eu não diplomatizo

    o apaziguar.

    Sendo vítima de minha ansiedade,

    eu torço o nariz ao esperar.

    Sendo convencido pelo ritmo,

    meu músculo outorga o dançar.

    Sendo coerente ao movimento,

    meu corpo

    abomina

    o estagnar.

    Sendo refém da tempestade,

    num furado guarda-chuva não quero me abrigar

    pois

    posso até

    me proteger

    das violentas injúrias de São Pedro…

    mas não me isentarei

    das arrependidas consequências

    do resfriar.

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