CNBB adere a campanha para incentivar os brasileiros ao cuidado com a vacinação
Foi lançada na última quarta-feira (29/06) a campanha “Vacina Mais”, com o intuito de incentivar os brasileiros ao cuidado com a vacinação, uma vez que os índices de cobertura vacinal no país têm caído nos últimos anos. A iniciativa é do Conselho Nacional de Saúde (CNS), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), com apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de dezenas de outras entidades.
Em vídeo, especialmente gravado para a campanha, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, chama a atenção para a importância do ato de vacinar definido por ele como um gesto de compromisso e amor pela vida.
Dom Joel chama a atenção para o fato de que doenças que haviam sido erradicadas estão voltando e que a responsabilidade pela vacinação é de todos, dos governos e também de cada cidadão.
Confira o vídeo na íntegra:
Durante o lançamento da campanha, a representante da OPAS/OMS, Socorro Gross, ressaltou que a vacinação mantém a população saudável e ajuda a eliminar doenças, como já foi possível perceber em países do continente americano em relação a doenças como poliomielite (em 1994), rubéola e síndrome da rubéola congênita (em 2015) e tétano neonatal (em 2017).
Segundo os organizadores da iniciativa, a alta taxa de cobertura vacinal, que sempre foi uma característica reconhecida no Brasil e responsável pelo controle e eliminação dessas e de outras doenças, vem caindo nos últimos anos e deixando milhões de pessoas em risco.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, de 2015 a 2021, o número de crianças vacinadas com a primeira dose contra a poliomielite caiu de 3.121.912 para 2.089.643. Já para a terceira dose, no mesmo período, os números reduziram de 2.845.609 para 1.929.056.
A imunização insuficiente também resultou no retorno do sarampo ao Brasil. O país havia ficado livre da transmissão autóctone (que ocorre dentro do território nacional) do vírus causador dessa doença em 2016. Porém, a combinação de casos importados de sarampo com a baixa cobertura vacinal levou o Brasil a ter um surto, que desde 2018 tirou a vida de 40 pessoas, principalmente crianças.
A campanha “Vacina Mais” deve ser instrumento para a melhoria desse cenário ao somar-se aos esforços que vêm sendo realizados a nível comunitário por gestores e trabalhadores de saúde. Serão oferecidas informações claras, de forma atraente e precisa a diferentes públicos sobre a segurança, importância e efetividade de todas as vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Calendário Nacional de Vacinação.
Dessa forma, pretende-se motivar a população do país a se vacinar mais, mantendo a vacinação de rotina em dia e tomando todas as doses necessárias das vacinas contra COVID-19 e influenza, de modo a protegerem a si mesmas e aos outros.
O Brasil é um dos poucos países no mundo que oferecem um extenso rol de vacinas gratuitas à sua população. A iniciativa dos conselhos e da OPAS busca fortalecer o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que em 2023 completará meio século de serviço para a população do país e, a cada ano, se consolida como uma das principais intervenções brasileiras em saúde pública.
O PNI conta com vacinas para mais de 30 doenças, disponibiliza cerca de 300 milhões de doses anualmente e tem cerca de 38 mil salas de vacinação distribuídas pelo território nacional para que as pessoas possam se imunizar e exercer seu direito à saúde e à vida.
Fonte: CNBB