Em Tiradentes, as charretes que transportam visitantes pelo Centro Histórico passarão a ser elétricas, não sendo mais utilizada a tração animal. O termo de compromisso foi firmado ontem (21/05) na sede do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em Belo Horizonte.

O Prefeito da cidade, Nilzio Barbosa, esteve presente e informou que a mudança já vem sendo planejada há três anos para que não sejam utilizados animais na atividade.

De acordo com o Chefe do Executivo local, as famílias que vivem do serviço não serão afetadas. “Garantimos que as 30 famílias que vivem desse serviço não serão prejudicadas. Já havia um processo do MPMG para que as charretes com tração animal parassem de funcionar, e, assim, decidimos que as elétricas seriam adequadas”, declarou.

Ainda não há previsão para a implementação do novo sistema, mas de acordo com Nilzio o novo projeto será apresentado em uma reunião que acontecerá no dia 4 de junho. “O protótipo da charrete elétrica será apresentado, em Tiradentes, neste dia. É um veículo com duas marchas, que trafega na velocidade mínima de 45 Km e tem autonomia de oito horas”, pontuou.

Os pontos de recarda dos veículos serão instalados no Centro Histórico que, sendo tombado em nível federal, precisará da autorização do Iphan. Os engenheiros da empresa responsável por fabricar os 30 veículos já estão estudando o perímetro urbano, que é calçado.

Mudanças

Os condutores precisarão de uma carteira de habilitação, considerando que se tratam de charretes motorizadas, além e seguirem as normas do Código de Trânsito. Se as famílias não tiverem interesse em ficar com o cavalo, o animal será recebido pela Sociedade Protetora dos Animais. De acordo com o Prefeito, o serviço utiliza geralmente dois cavalos durante o dia.

O Presidente da Associação de Charreteiros de Tiradentes, Reginilson Ramalho, falou sobre as preocupações das famílias. “Já tivemos diversas reuniões, mas, até então, nenhuma das anteriores havia mostrado preocupação sobre como ficariam as famílias impactadas pela mudança. Porém, hoje, temos esperança de que, coma atual proposta junto ao MPMG, pode sim dar certo”, afirmou ele.

Outra preocupação da categoria é a respeito da habilitação. “Muitos charreteiros são analfabetos, não têm como tirar carteira de habilitação. Esse assunto foi levado aos responsáveis, pois será muito difícil se a habilitação for cobrada para condutores de charretes elétricas, mesmo com o treinamento prometido”, pontuou.