Em entrevista exclusiva à Folha de Barbacena, para o quadro “Café e Cidade” no Canal do Youtube do Folha de Barbacena, o presidente do PSD em Minas Gerais, deputado Cássio Soares, celebrou o desempenho histórico do partido nas eleições municipais de 2024. O partido foi o que mais elegeu prefeitos no Brasil como um todo, com 887 eleitos e também em Minas Gerais onde o PSD elegeu 142 prefeitos. O sucesso nas urnas foi atribuído pelo deputado ao fato de estar à margem da polarização, focando em que o deputado chamou de um planejamento focado nas necessidades reais da população, como educação, saúde e infraestrutura, distantes do que ele chamou de discussões extremistas que, segundo ele, não atendem às demandas do dia a dia dos cidadãos.

Entre os prefeitos eleitos, Cássio Soares exaltou o prefeito reeleito de Barbacena, Carlos Du, que recebeu 91,7% dos votos, a maior votação proporcional do PSD em Minas Gerais. “Carlos Du se provou um grande gestor em seu primeiro mandato, e sua reeleição expressiva reflete o trabalho que já vinha fazendo,” comentou o deputado. Sobre o futuro de Carlos Du, Soares indicou que ele terá liberdade para buscar espaços maiores, conforme seus objetivos e interesse, mas ressaltou que ainda não conversou com o prefeito de Barbacena sobre esse assunto.

Saída de Alexandre Kalil 

Outro ponto abordado na entrevista foi a saída do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, do PSD, que migrou para apoiar Mauro Tramonte, candidato do partido Republicanos a prefeitura de Belo Horizonte, que não chegou ao segundo turno. Soares afirmou que houve conversas com o ex-dirigente do Atlético para mantê-lo no partido, “foi uma opção dele, muito determinado em sair e apoiar o candidato Mauro Tramonte”.   Soares ressaltou que a situação mostrou que o “eleitor mineiro não tem dono, é soberano”. 

“Quanto ao Kalil, agora ele está em outra casa, espero que ele tenha muitas alegrias lá, mas as nossas alegrias nós vamos construir de cá”.

Campanha de boicote ao PSD

O deputado Cassio Soares subiu o tom ao criticar a campanha feita na internet no período eleitoral, para que não votassem no partido, motivado pelas posições em relação ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes. “Nós lamentamos muito essa política da destruição, da desconstrução. O PSD faz a política da construção, das propostas, das ideias e lamentavelmente tivemos esse movimento completamente inadequado, completamente sem nexo com a realidade que estamos vivendo hoje. Tivemos aí o deputado Nikolas Ferreira podendo falar que o PSD não merecia eleger prefeitos, a troco de que? Pensando o quê? O porquê disso? Será que o Nikolas está preocupado com o mandato dele, quais são os resultados que o Nikolas trouxe para Minas Gerais enquanto ele está deputado federal?”, destacou. 

O presidente do PSD afirmou ainda que não entrará em embates, mas que continuará pensando em propostas e ideias.   

2026 

Soares também comentou as expectativas para 2026, afirmando que o partido, fortalecido pelo desempenho de 2024, terá condições de buscar cargos de maior relevância. “Ainda é cedo para podermos pensar nisso, até em respeito aos eleitores, nós acabamos de sair de uma eleição e nós temos por obrigação fazer bons mandatos com esses 142 prefeitos e prefeitas que elegemos”, disse Cássio.

O deputado mencionou figuras como o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e o ministro Alexandre Silveira como quadros de destaque do PSD para eleições futuras. Sobre uma possível candidatura de Rodrigo Pacheco ao Governo de Minas, o presidente do partido colocou a decisão para o próprio presidente do Congresso. “Ele tem envergadura e tamanho para isso [disputa ao Governo de Minas], resta saber se ele terá disposição e vontade, mas é óbvio que tem espaço para ele ser o nosso candidato”, finalizou.