• Botafogo em três atos: superação, reação do Galo e a consagração no Monumental

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    Foto: Libertadoresbr/Instagram

    O Botafogo é o mais novo campeão da América! O Glorioso, dono de um roteiro que só o mesmo poderia escrever, superou todos os obstáculos para levantar a taça da Conmebol Libertadores pela primeira vez. Em uma final digna de cinema, no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, o time do português Artur Jorge venceu o Atlético Mineiro por 3 a 1, em um jogo repleto de reviravoltas, drama e, claro, aquela pitada de emoção que apenas a maior competição do continente pode oferecer.

    Nos primeiros minutos de partida, tudo parecia conspirar contra o Botafogo. O volante Gregore, com menos de 60 segundos, foi expulso por uma solada imprudente em Fausto Vera, e a partida ficou parada para o atendimento ao jogador do Galo. Com um futebolista a menos, o cenário mostrava-se sombrio para o Glorioso. Mas é exatamente nesses momentos que o futebol nos surpreende, revelando o verdadeiro poder da superação.

    Em vez de recuar, o treinador Artur Jorge manteve a equipe organizada e ousada, apostando na velocidade de Luiz Henrique e Thiago Almada, as duas contratações mais caras da história do futebol brasileiro. E foi essa ousadia que mudaria o rumo da partida.

    Primeiro ato: Luiz Henrique, o protagonista

    Aos 35 minutos, Luiz Henrique, em uma tarde inspiradíssima, deixou Lyanco na saudade com um drible seco e colocou a bola no fundo da rede. Era o início de um sonho. Pouco tempo depois, o mesmo Luiz Henrique voltou a aparecer, forçando um erro de comunicação entre Arana e Everson e sofrendo o pênalti que Alex Telles converteu com muita categoria.

    O Botafogo ia para o intervalo com uma vantagem que parecia improvável minutos antes. No entanto, como toda boa história, ainda havia muito drama por vir.

    Segundo ato: o Galo reage, mas falta precisão

    O Atlético Mineiro não se deixou abater e reagiu logo no início da etapa final. Eduardo Vargas, que entrou após ajustes de Gabriel Milito, cabeceou firme para diminuir o placar. O gol incendiou a torcida do Galo e reacendeu as esperanças.

    Todavia, o que poderia ser uma tarde mágica para Vargas acabou se tornando um verdadeiro pesadelo. O chileno não teve uma, mas duas chances claríssimas para empatar. Na primeira, errou o alvo em uma finalização aparentemente simples. Na segunda, tentou encobrir o goleiro John, mas mandou a bola longe, desperdiçando uma oportunidade de ouro para mudar o roteiro da finalíssima.

    Terceiro ato: Júnior Santos escreve o final perfeito

    Com o Atlético pressionando, Artur Jorge novamente mostrou seu talento estratégico. A entrada de Danilo Barbosa reforçou a defesa e esfriou o ímpeto mineiro. Quando o Galo parecia estar se lançando com tudo, veio o golpe fatal: Júnior Santos, artilheiro da competição, arrancou pela direita e, após um rebote, decretou o terceiro gol, selando o título de forma definitiva.

    Era o capítulo final de uma jornada épica. O Botafogo superou todas as adversidades e, com sangue, suor e lágrimas, conquistou a tão sonhada Conmebol Libertadores.

    Por outro lado, o Atlético Mineiro terá muito a refletir sobre os próprios erros. Jogar com um homem a mais desde o início parecia um cenário perfeito, mas a equipe não soube aproveitar vantagem numérica.

    Lyanco e Guilherme Arana foram os vilões de um sistema defensivo que cometeu falha cruciais. O primeiro caiu em um drible básico de Luiz Henrique e falhou na marcação do tento inicial. Já o segundo protagonizou o lance do pênalti, ao perder a proteção da bola. Eduardo Vargas, que chegou a ser o herói improvável, também terminou a partida como vilão ao desperdiçar duas chances claras no segundo tempo.

    No fim, o que ficou foi o sabor agridoce para os atleticanos: a chance estava nas mãos, mas o título escapou por conta de falhas próprias. Já o Botafogo, com coragem e determinação, alcançou o topo da América e escreveu um dos capítulos mais espetaculares de sua história.

    O Glorioso é gigante, e agora é também o dono do continente.

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