• Conheça o barbacenense que participou das Olimpíadas de 2016 como árbitro

    Ricardo arbitrou a final de tiro ao prato contra Croácia e Itália

    Ricardo José Fortes do Nascimento é empresário no setor de fardamento, armas e munições em Barbacena e realiza treinamento profissional tático de tiro esportivo. Ele entrou nesse mundo do tiro com 13 anos de idade, quando pedia ao seu vizinho uma espingarda de chumbinho emprestada e, no quintal de sua casa, colocava um pedaço de tijolo e ficava tentando acertá-lo. “Quando comecei a acertar o tijolo, fui diminuindo o tamanho do alvo e colocando alvos em proporções menores, com a mesma distância, 10 metros, 15 metros e comecei até acertar um giz, depois fui para um palito de fósforo. Daí comecei a competir, cheguei a um ponto de cortar a linha, você não não enxerga ela, mas a 10 metros de distância você cria uma referência de onde ela está e a estabilidade do seu tiro consegue ir na linha exata”, comentou Ricardo.

    O primeiro campeonato que o empresário participou relacionado ao tiro foi o Campeonato Mineiro de Chumbinho, mas ao longo dos anos ele foi se identificando com outras modalidades, como tiro ao prato, tiro com pistola, tiro com carabina e rifle.

    “É uma sequência quase que automática do seu amadurecimento dentro do esporte. Você começa como aluno, com um orientador, cresce dentro da sua modalidade e vai se identificando e criando suas evoluções de pontuação até chegar no ápice. Então você começa a fazer outras coisas, eu me tornei árbitro e juiz da ISSF (International Shooting Sport Federation) e árbitro e delegado nacional pela Confederação Brasileira de Tiro Esportivo”, relatou Ricardo Nascimento.

    Atleta, árbitro e juiz de tiro ao prato, com esse esporte, ele  já teve oportunidade de estar na Olimpíada do Rio 2016, onde participou como árbitro e pôde vivenciar, além da parte profissional, o clima de respeito entre os atletas e as histórias de vida que eles têm até chegar nesse tipo de competição. A final da competição de tiro ao prato entre Croácia e Itália foi arbitrada por Ricardo.

    “O tiro ao prato se divide em duas modalidades: a fossa olímpica e o skeet. Das 25 pessoas escolhidas, apenas 20 atuaram nas Olimpíadas pela modalidade de tiro ao prato. Além do Brasil, estiveram presentes pessoas de Porto Rico, Itália, República Dominicana, Guatemala, Catar, Uruguai, entre outras”, disse Ricardo.

    Três anos antes da Olimpíada do Rio, em 2013, Ricardo  já começou a se preparar para o evento esportivo fazendo competições internacionais, que seriam como estágios. Foram três mundiais, três sul-americanos e um Centro Brasileiro. Participou também do campeonato brasileiro de tiro, que acontece durante o ano todo e todo mês acontece uma prova em forma de competição que leva até a final no Rio de Janeiro.

    “Fiz três finais no Rio antes de atuar nas Olimpíadas. Agora, atuando em competições como árbitro e competindo, já tem mais de 10 anos”, afirmou.

    Além das Olimpíadas, Ricardo se habilitou recentemente para ser técnico paralímpico e foi certificado pela Universidade Federal de Uberlândia, juntamente com a faculdade de Educação Física e o Comitê Paralímpico. “Sou fã de carteirinha das paralimpíadas, por isso me tornei técnico e tenho um pupilo que é competidor e que já está com índice olímpico. Na última competição fez 549 pontos, e se estivesse nas paralimpíadas, estaria entre os três primeiros lugares, com certeza”, ele disse.

    A cada quatro anos acontece o ciclo olímpico e é feita uma avaliação do que ocorreu durante as competições dentro da Olimpíada. De acordo com Ricardo, após os jogos, são apontados os principais erros e, a partir daí, começam a fazer uma avaliação das regras para uma adequação do atleta. “Isso porque o atleta está em constante rendimento, então a regra não pode ser engessada, tem que evoluir também. Terminando esta paralimpíada de 2021, encerra-se um ciclo e começa outro”, conclui.

    Neste novo ciclo, a ISSF com seus representantes, elabora as regras e publica em seu site oficial, ou seja, de quatro em quatro as regras são atualizadas. 

    O tiro esportivo

    Ricardo evidencia a longevidade do esporte, pois existem atletas de 90 anos e existem também os mais novos, com 20 anos de idade, por exemplo. “Não é um esporte que limita por idade ou físico e existem categorias dentro dos campeonatos, justamente para permitir o atleta que está iniciando poder ganhar dentro de uma modalidade e incentivá-lo a sempre querer estar no ponto mais alto”, ele complementa.

    Na área do tiro esportivo, o empresário é um dos mais qualificados no estado e no país. Ele recebeu convite do comitê olímpico para atuar em competições oficiais no exterior, mas devido a pandemia isso foi bem reduzido. “Fui convidado pelo comitê olímpico para ir para Tóquio, recebemos um convite onde você se inscreve e se coloca à disposição da ISSF, órgão máximo de tiro no mundo”, relatou.

    O árbitro fez cursos internacionais de juiz e arbitragem oferecidos pela ISSF, Federação Internacional de Esportes de Tiro, em português.

    Ricardo treina seus alunos para modalidade de tiro esportivo olímpico e paralímpico no Clube Lafaietense de Tiro, em Conselheiro Lafaiete. Lá, ele introduz a modalidade olímpica e nacional para quem tiver interesse. “É um esporte gratificante, requer disciplina, atenção e compromisso”, ele diz.

    Ainda sobre o curso que ele ministra, a parte teórica e de treinos é toda realizada em Barbacena. Ele ressalta que, antes do atleta começar a ter a aula de tiro, ele tem que ter toda uma documentação, preparação teórica e treinamento.

    Para concluir, o árbitro diz sobre um projeto dele, juntamente com o Clube Lafaietense de Tiro, onde consegue levar um atleta com todas as despesas pagas para competir pelo Brasil. O projeto está temporariamente parado por conta da pandemia.

     

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