• “A vida da minha filha custou R$2 mil”, pai da escrivã Rafaela Drumond se indigna com acordo do Ministério Público

    A Folha de Barbacena (FB) entrevistou Aldair Drumond, pai da escrivã Rafaela

    Aldair Drumond, pai da escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais, Rafaela Drumond, que foi encontrada morta em sua casa em junho deste ano em Sá Fortes, distrito de Antônio Carlos se indignou com a decisão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que firmou um acordo para que o delegado Itamar Cláudio Netto, investigado no caso da morte da escrivã Rafaela Drumond, pague R$ 2 mil de multa.

    Nesta quarta-feira (29/11) Aldair Drumond concedeu uma entrevista a Folha de Barbacena em que comentou a decisão, que com o pagamento da multa arquiva o caso. “Muita tristeza em que eu participei daquela audiência com a decisão final do Ministério Público em relação à situação do delegado […]. Veja bem, o delegado vai pagar R$2 mil. A vida da minha filha para o Ministério Público, para a Polícia Civil, valeu R$ 2 mil”, destacou Aldair.

    Em outubro, a justiça já havia acatado o pedido do MPMG para arquivar o inquérito que apurava a conduta do investigador Celso Trindade. O processo de Rafaela segue internamente na Corregedoria da Polícia Civil, no entanto Aldair Drummond se mostrou pessimista com o desfecho. ” Eu como pai é a certeza que será a mesma decisão que foi tomada em Carandaí. Vai ser parcial. Como pai tenho certeza que vai ser. Estou falando com a opinião de um pai”, afirmou.

    Questionado sobre os motivos que se apega para manter o caso vivo, o pai da escrivã cita a contratação de uma perícia particular (assista na íntegra a entrevista com o perito do caso).

    “A dignidade da minha filha eu quero hoje provar que houve um assédio moral. A perícia que eu contratei vai vir com um laudo psiquiátrico forense, um psicólogo forense que analisou todinho a vida da minha filha e vai provar que ela entrou na polícia e que acabou com a autoestima da minha filha, mais especificamente o acontecimento que houve em Carandaí”, pontuou.

    O advogado do delegado, o Dr. José Maria Fortes de Carvalho, deu entrevista a TV Integração na saída da audiência, com o pagamento da multa. Na entrevista ele afirmou que:

    “Com relação ao artigo 128 do artigo penal, que seria em citação ao suicídio, que não ficou em momento algum comprovado nos autos. Posteriormente, as acusações quanto ao assédio sexual e assédio moral, também imputado ao delegado e ao inspetor, também não houve prova nenhuma, nenhum indício, nenhum indício nem fraco não teve. Então todas essas acusações foram arquivadas, nada comprovado, como de início os nossos clientes foram acusados”.

    Rede de Colaboração

    Aldair também afirma que diversos policiais civis, principalmente mulheres, de várias partes do país, procuraram o pai de Rafaela para relatar problemas enfrentados no trabalho e citou as semelhanças do caso Rafaela Drumond com o da delegada da Polícia Civil que ficou mais de 30h confinada em um apartamento em Belo Horizonte na última semana e disparou tiros. “Hoje mesmo veio uma moça que está desesperada, porque teve um problema com o delegado e denunciou. É um caso sério e eu já passei para frente”, destacou Aldair.

    Confira a entrevista na íntegra no Canal do Youtube da Folha de Barbacena:

  • Botão Voltar ao topo
    Copy Protected by Chetan's WP-Copyprotect.