Pesquisa indica que vacinas aumentam a proteção de quem já teve Covid-19
Foram avaliadas pessoas entre os meses de fevereiro e novembro
Nesta quarta-feira (29/12), pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgaram um, estudo sobre as vacinas contra a Covid-19 usadas no Brasil aumentam a proteção contra o SARS-CoV-2 em quem já teve o diagnóstico positivo previamente. O trabalho foi publicado no site Medrxiv, o que significa que ainda precisa ser revisado por outros cientistas.
Foram avaliadas 22.565 pessoas com mais de 18 anos que tiveram dois testes de RT-PCR positivos e 68 mil que tiveram teste positivo e depois negativo, entre os meses de fevereiro e novembro de 2021.
De acordo com o artigo, a vacinação com as duas doses da AstraZeneca, Pfizer e Coronavac, ou com a dose única da Janssen, foi capaz de reduzir reinfecções sintomáticas e casos graves da doença em quem já havia contraído a Covid-19 anteriormente. A pesquisa mostrou que, quando a vacina requer duas doses, a aplicação da segunda dose de fato elevou o nível de proteção contra reinfecções nos indivíduos estudados.
O principal pesquisador responsável pelo estudo, Julio Croda, da Fiocruz Mato Grosso do Sul, explica que a análise contou com a base nacional de dados sobre notificação, hospitalização e vacinação e confirma a necessidade de completar o esquema vacinal mesmo quem já teve a doença.
“A importância de ser vacinado é a mensagem principal, e a necessidade dessas duas doses para maximizar a proteção. Vemos que alguns países chegam a recomendar apenas uma dose para quem teve covid-19, por considerar que estes já contam com um certo nível de anticorpos neutralizantes. Mas esse tipo de avaliação de efetividade na vida real mostra que há um ganho adicional com a segunda dose. É um ganho substancial contra as formas graves”, disse ele em entrevista à Agência Fiocruz de Notícias.
Ao analisar os dados, os pesquisadores descobriram que, após a infecção inicial, a efetivamente contra a doença sintomática 14 dias após o esquema vacinal completo é de 37,5% para a Coronavac; 53,4% para a AstraZeneca; 35,8% para Janssen e 63,7% para a Pfizer. Já a efetividade contra hospitalização e morte, também após 14 dias da aplicação, é de 82,2% com a CoronaVac; 90,8% com a AstraZeneca; 87,7% com a Pfizer e 59,2% Janssen. O estudo completo pode ser acessado em inglês no site Medrxiv clicando aqui.
Com informações da Agência Brasil