
Barbacena sedia o 14º FOPIR com foco na saúde mental da população negra
Evento debateu saúde mental antirracista, saberes ancestrais e políticas públicas para a população negra

Em Barbacena, a Região Pastoral Mariana Sul recebeu o 14º Fórum pela Promoção da Igualdade Racial (FOPIR), realizado no antigo Pré-Juvenato São Geraldo, na Capela de São Geraldo. O tema da edição foi “Tecendo Cuidados em Saúde Mental da População Negra a partir da Raízes Ancestrais” e o lema “Da existência à Resistência: Por uma Saúde Mental Antirracista e Coletiva”.
Os painéis e discussões abordaram o tema e o lema com a condução dos professores e psicólogos barbacenenses, Felipe de Melo Lopes e Elenice Nascimento. Eles trouxeram a importância e a complexidade da saúde mental na população negra, destacando os impactos de fatores sociais, econômicos e históricos. Ainda dentro dessa proposta, os participantes refletiram sobre a necessidade de política públicas de combate ao racismo estrutural e a promoção da equidade em todas as esferas da sociedade.
No decorrer do evento, discutiu-se como o racismo estrutural contribui para o agravamento da vulnerabilidade socioeconômica, a formação partido de um currículo preponderante eurocêntrico, a falta de política de segurança pública para a população negra e o histórico da escravidão no país.
Os participantes reafirmaram que, a ausência de políticas públicas para população negra é um fator determinante para a marginalização social, o aumento de incidências de transtornos mentais como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. Portanto, o reconhecimento das tradições e saberes culturais negros são elementos essenciais para um cuidado em saúde mental que faça sentido. Além do letramento racial de profissionais e a inclusão do quesito raça em políticas públicas para oferecer serviços dignos e de qualidade.
O papel da psicologia na luta antirracista foi citado, destacando a evolução da psicologia no Brasil na abordagem do racismo e na criação de comissões de relações étnico-racial no combate à discriminação racial.
Foi compartilhado relatos pessoais de vítimas do racismo e estratégias de ações de empoderamento para crianças negras, o papel da escola no combate ao racismo e a importância de coletivos e redes de apoio no fortalecimento e promoção do bem-estar.
O Fórum contou com representantes da sociedade civil, acadêmicos, movimentos populares e lideranças comunitárias, marcando um importante passo na valorização dos saberes ancestrais e na geração de propostas que influenciem políticas públicas.
O evento foi promovido pelo Fórum Mineiro de Entidades Negras (FOMENE) e com o apoio de diversas organizações e lideranças da sociedade civil de Barbacena para a realização.



