• ALMG aprova projeto e comissão solicita retirada de cadeiras em setores do Mineirão

    A visita também possibilitou a avaliação da qualidade do gramado, contestada por atletas

    Foto: Luiz Santana / ALMG

    A Comissão de Esporte, Lazer e Juventude da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou ontem (21/08) uma visita técnica no Mineirão para acompanhar a situação do estádio diante das discussões sobre a retirada de cadeiras em setores específicos da arena.

    A disponibilização de um setor sem cadeiras no setor amarelo do estádio, para os torcedores assistirem às partidas em pé onde tradicionalmente fica a maioria das torcidas organizadas, é tema de uma proposição recentemente aprovada no Parlamento mineiro e de requerimento com pedido de providências à Minas Arena, concessionária responsável pela gestão do Mineirão.

    O Projeto de Lei (PL) 3.319/25, do deputado Bruno Engler (PL), aprovado em definitivo na quarta-feira (20/08), acaba com a restrição de 20% da capacidade total de público para os setores sem cadeiras. Além disso, abrange todos os estádios, inclusive aqueles geridos em regime de concessão, como o Mineirão.

    Já o requerimento é de autoria do deputado Coronel Henrique (PL), presidente da Comissão de Esporte, que solicitou a visita ao estádio. Os dois parlamentares representaram a Assembleia no encontro.

    A qualidade do gramado, por sua vez, tem sido frequentemente contestada pelos principais usuários do estádio, os atletas, em especial do Cruzeiro, que realiza seus jogos como mandante no Mineirão.

    Festa das organizadas

    Para Coronel Henrique, a retirada das cadeiras no setor amarelo devolve aos torcedores interessados a experiência de acompanhar o jogo de pé, de maneira mais efusiva, sem atrapalhar aqueles que pretendem ficar sentados.

    A medida também poderia evitar prejuízos com a quebra de cadeiras que ocorre constantemente no setor, argumentou o parlamentar.

    Bruno Engler destacou que o projeto avalizado na Assembleia traz segurança jurídica para esse processo de retirada das cadeiras e viabiliza a sua adoção também no setor laranja (com as mesmas características do amarelo, só que do outro lado do gramado), uma vez que a porcentagem de lugares sem cadeiras deixa de ser uma preocupação.

    Diretor de Marketing e Comercial do Cruzeiro, Marcone Barbosa explicou que o clube defende a mudança para adaptar o espaço ao perfil do torcedor que o frequenta. Conforme informou, a Raposa arca com cerca de R$ 20 mil por partida para compensar danos causados ao estádio, como a quebra e arremesso de assentos.

    Corpo de Bombeiros avalia parecer sobre as cadeiras

    Segundo o gerente técnico da Minas Arena, Otávio Goes, a concessionária encomendou um parecer externo sobre a questão e já encaminhou ao Corpo de Bombeiros relatório com seu posicionamento, para avaliação.

    Ele afirmou que a retirada das cadeiras não resultaria em aumento da capacidade do estádio, como vislumbrou parte da torcida, uma vez que isso dependeria de outros fatores, como rotas de fuga, número de catracas e de bares.

    Sobre o procedimento em si para a adaptação do espaço, o técnico relatou que não seria possível no anel superior, tanto no setor amarelo quanto no laranja, por causa da sua inclinação e da largura dos degraus, incompatíveis com a instalação de barras antiesmagamento, uma exigência do Corpo de Bombeiros. Ou seja, estariam aptos à mudança cerca de 7 mil lugares em cada um dos dois setores, na parte inferior.

    Outro dificultador é a realização da Copa do Mundo Feminina, em 2027. A Federação Internacional de Futebol (Fifa) proíbe setores sem cadeiras nos estádios em que ocorrerão as partidas. Otávio estima que os custos para retirar as cadeiras agora e depois colocá-las e removê-las novamente, após o Mundial, seria de aproximadamente R$ 900 mil.

    Inverno é período crítico para o gramado

    Questionado quanto à situação do gramado, Lucas Pedrosa, especialista em gramados esportivos e responsável pelo campo de jogo no Mineirão, justificou que o rigoroso calendário de partidas no País, associado ao solstício de inverno, com dias mais curtos, são os maiores obstáculos.

    A expansão da cobertura do estádio, outra exigência da Fifa, mas para a Copa de 2014, também causou o sombreamento da parte norte no inverno. De acordo com o especialista, são 70 dias mais críticos, do final de maio ao final de julho, que exigem maior manutenção.

    Além de trocar o tipo de grama por uma com menor resistência ao pisoteio, mas que aguente mais o inverno, a concessionária adotou a prática conhecida como overseeding, a semeadura de grama de inverno.

    O deputado Coronel Henrique ponderou que a exposição do campo, principalmente em eventos externos como shows, durante o período de germinação dessas sementes precisa ser revista.

    Uma equipe da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater) acompanhou a visita, realizou testes no gramado e disponibilizará um laudo técnico.

    Com informações da ALMG

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