Alto Rio Doce e Desterro do Melo, localizadas próximo a Barbacena, na região do Campo das Vertentes, tem a cachaça como algo que transcende a condição de simples bebida para se tornar um pilar da identidade e economia local. Em 2024, de acordo com os dados extraídos do Anuário da Cachaça 2025 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), esses dois municípios mineiros destacam-se no cenário nacional da cachaça, exibindo uma notável densidade de estabelecimentos produtores e um volume de produção que reforça a tradição e o crescimento do setor no estado.

Alto Rio Doce se solidifica como um dos centros da produção de cachaça no Brasil, com 22 produtores registrados. O município ocupa a terceira posição em densidade de cachaçarias, com um estabelecimento para cada 500 habitantes. Além disso, a cidade se destaca pelo volume de cachaças registradas, totalizando 53 produtos, o que a coloca entre os municípios com mais de 50 registros de cachaça no país. O ranking de densidade cachaceira por município é liderado por uma outra cidade mineira, Lamin.

Alto Rio Doce ocupa ainda a 9ª posição em municípios que apresentam maior número de cachaças registradas, ranking também liderado por uma cidade mineira, Salinas.

Desterro do Melo, por sua vez, emerge como um novo protagonista no mapa da cachaça brasileira. O município, que registrou 3 estabelecimentos produtores para uma população de 3.059 habitantes, alcançou uma densidade de um estabelecimento para cada 1.020 habitantes em 2024.A inclusão de Desterro do Melo na lista de cidades com alta densidade de cachaçarias, ocupando a 12ª posição do ranking, ao lado de outras cidades da região como Coronel Xavier Chaves/MG (15ª), sublinha o dinamismo e a expansão da produção artesanal no estado.

Minas Gerais, com 501 estabelecimentos registrados em 2024, continua a ser o estado com o maior número de cachaçarias no Brasil, representando 39,6% do total nacional. O estado também lidera em número de cachaças registradas, com 2.492 produtos, o que corresponde a 34,5% das cachaças do país. Cinco dos nove municípios brasileiros com 10 ou mais estabelecimentos elaboradores de cachaça registrados estão em Minas Gerais.

Apesar de uma ligeira queda de 0,6% no número de estabelecimentos registrados em Minas Gerais em relação a 2023, o estado demonstrou um crescimento absoluto de 348 cachaças a mais em seus registros de produto, evidenciando a vitalidade e a capacidade de inovação dos produtores mineiros. A região Sudeste como um todo, impulsionada por Minas Gerais e São Paulo (179 estabelecimentos), concentra 65,4% dos estabelecimentos elaboradores de cachaça registrados no país.

Esses dados, extraídos do Anuário da Cachaça 2025 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), reforçam a importância da cachaça como um produto agroindustrial estratégico para o Brasil. A valorização da produção local, a busca pela qualidade e o reconhecimento do patrimônio cultural associado à cachaça de alambique são elementos cruciais para o contínuo desenvolvimento desse setor tão tradicional quanto promissor.