No mês de abril, os Alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), em Barbacena, participaram da Atividade de Campanha (ATC), com instruções teóricas e práticas envolvendo sobrevivência, segurança e primeiros socorros. Esse tipo de exercício faz parte da capacitação dos militares da Força Aérea Brasileira (FAB) e integra a grade curricular do Curso Preparatório de Cadetes do Ar (CPCAR). Divididos por esquadrão, os alunos das turmas Black Hawk, Xavante e Thunderbolt concluíram as atividades com êxito.

No caso da Turma Black Hawk, o 1º Esquadrão da EPCAR, a ATC, realizada entre os dias 31/03 e 02/04, foi o primeiro contato dos alunos com esse tipo de treinamento. “Os Alunos enfrentaram com coragem e determinação os desafios do terreno, demonstrando bom domínio das técnicas ensinadas e disposição para superar o desgaste físico e psicológico natural do exercício. O comprometimento, a coesão da tropa e a evolução foram visíveis ao longo das fases do treinamento. A ATC cumpriu seu papel de incitar o espírito de corpo, o valor mais importante, e fortalecer os pilares da formação militar, deixando uma impressão muito positiva do Esquadrão”, explicou o comandante do 1º Esquadrão, Capitão Aviador Daniel Carlos Cavalcanti de Lima.

Os Alunos da Turma Black Hawk ingressaram na “Nascente do Poder Aéreo” no início do ano, quando realizaram o Estágio de Adaptação Militar. Para a Aluna Dara de Macêdo Carvalho, de 16 anos, o sentimento após a primeira ATC do CPCAR foi de superação dos limites físicos e emocionais. “Podemos ir muito além do que imaginamos, e isso fica muito evidente no acampamento. Sempre há alguém melhor em alguma atividade, mas, com o nosso espírito de corpo, conseguimos finalizar mais uma etapa na EPCAR”, descreveu.

A ATC na EPCAR é realizada anualmente e funciona como uma preparação para os futuros Cadetes do Ar. Os alunos recebem instruções sobre segurança em acampamento, primeiros socorros, nós e amarrações, higiene em campanha, AVOT (Acuidade Auditiva, Visual, Olfativa e Tátil), navegação terrestre e muitas outras. “Essas atividades de campanha têm como objetivo principal preparar o militar para situações adversas, abordando uma gama de conhecimentos voltados para o combate. O desenvolvimento no campo atitudinal garante que sejam trabalhados valores como o espírito de corpo, a resiliência, a coragem e a liderança”, explicou o chefe da Seção de Instrução Militar do Corpo de Alunos (CA), Capitão Celso Marques Junior.

Essas atividades de campanha na Escola Preparatória também passam por adaptações constantes, e o nível de dificuldade aumenta de acordo com o ano letivo. A gradação foi sentida pela Aluna Maria Eduarda de Paula Basílio, de 16 anos, da Turma Xavante, o 2º Esquadrão da EPCAR. “Na hora foi muito difícil superar o cansaço físico, a cobrança foi maior em relação ao nosso primeiro ano. Mas, quando eu cheguei do acampamento e olhei para trás, vi o que eu tinha feito e me senti incrível. Quantas meninas de 16 anos fazem isso?”, disse.

O comandante do 2º Esquadrão, Major Luiz Angelo Galvão Candian, acredita que a ATC da Turma Xavante, realizada entre os dias 07 e 10/04, contribuiu significativamente para a formação acadêmica e cidadã dos alunos. “Eles enfrentam desafios físicos e psicológicos que fortalecem seu preparo emocional e a capacidade de tomar decisões sob pressão, características essenciais para a profissão militar. Esses valores, como disciplina, resiliência, trabalho em equipe e liderança, não só ajudam no desempenho militar, como também desenvolvem competências pessoais que serão levadas para toda a vida, dentro e fora da caserna”, explicou.

Última ATC da Thunderbolt na EPCAR

Para a Turma Thunderbolt, a ATC realizada entre os dias 14 e 16/04 teve um gosto de despedida, pois foi a última deles enquanto Alunos da EPCAR. No terceiro ano do curso, eles aprendem táticas mais avançadas em acampamento e fazem a marcha a pé com o transporte de equipamentos e de um companheiro ferido de forma simulada. “Essa situação foi nova para os Alunos, levando-os a superar seus limites de esforço físico para o cumprimento da missão, além de aprimorar o espírito de corpo da tropa. Ao final da atividade, o semblante dos alunos já era outro. Esses combatentes estão prontos para os desafios operacionais de campo que enfrentarão na Academia da Força Aérea”, avaliou o Capitão Wesley Martins Paz, comandante do 3º Esquadrão.

As missões de patrulhas, com simulações de diversos contextos de conflito, foram a parte preferida do Aluno Guilherme Paes Barreto de Oliveira, da Turma Thunderbolt. “Conseguimos explorar mais nossos limites. Inicialmente, achávamos que só fazer a marcha mochilada com fuzil era difícil, mas depois vem a dificuldade de levar a caixa de munição e a maca simulando um ferido em combate. Sempre subimos de nível, é uma cobrança física grande, mas superamos com nosso aprimoramento mental”, disse.