• O início avassalador e o fim melancólico de Milito no Atlético

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    Foto: Pedro Souza/Atlético

    Gabriel Milito não é mais técnico do Atlético Mineiro. A demissão do argentino, oficializada na noite da última quarta-feira (04), foi o desfecho de uma trajetória que começou com promessas de glória, mas terminou de forma amarga. A sequência de 12 partidas sem vitória, somada às derrotas nas finais da Copa do Brasil e da Conmebol Libertadores, acabou pesando na decisão da diretoria alvinegra.

    A queda do treinador veio logo após mais um resultado negativo. Em São Januário, o Galo foi superado pelo Vasco da Gama por 2 a 0, aumentando a sensação de infelicidade em uma temporada que já não oferece muitos objetivos no Brasileirão. O revés selou o destino de um comandante que, até pouco tempo, era apontado como o nome para resgatar o protagonismo do Galo no cenário nacional e internacional.

    Um início que encantou Massa

    Contratado em março para substituir Luiz Felipe Scolari, Milito chegou como um sopro de renovação. Com um contrato válido até o final de 2025, o mesmo assumiu o comando do time em meio às finais do Campeonato Mineiro, onde a equipe mostrou brio e conquistou o título sobre o maior rival, Cruzeiro. A taça estadual, inclusive, foi histórica para o técnico: seu primeiro título na carreira.

    Os primeiros meses de trabalho empolgaram o torcedor alvinegro. O Atlético engrenou uma sequência invicta de 12 jogos e avançou com autoridade nos torneios de mata-mata, eliminando adversários pesados na Conmebol Libertadores e na Copa do Brasil. As vitórias trouxeram de volta à Massa a crença de que 2024 poderia ser inesquecível.

    Da glória ao abismo: a queda que ninguém esperava

    Mas, como em uma montanha-russa, a descida foi tão rápida quanto a ascensão. O time perdeu força no segundo semestre. A queda de desempenho foi evidente, e as finais, que poderiam consolidar Milito como um ídolo, se tornaram um verdadeiro fardo. As derrotas duras contra o Botafogo, na Conmebol Libertadores, e contra o Flamengo, na Copa do Brasil, minaram a confiança da torcida, do comandante e dos jogadores.

    Nem mesmo a brilhante vitória por 3 a 0 sobre o River Plate, da Argentina, na ida das semifinais da Libertadores, foi capaz de reverter o clima de desconfiança. A breve recuperação em outubro, com uma pequena sequência de partidas sem derrota no Brasileirão, também não foi suficiente para apagar o impacto de uma campanha decepcionante no torneio nacional.

    Hoje, o Atlético Mineiro ocupa a 14ª posição da tabela, com 44 pontos, fruto de 10 vitórias, 14 empates e 13 derrotas. Um desempenho muito aquém das expectativas para um clube que foi o oitavo que mais investiu em contratações para 2024 e esperava brigar por títulos.

    Um adeus que surpreendeu a todos

    Apesar do cenário desfavorável, a demissão de Gabriel Milito pegou muitos de surpresa. Há apenas alguns dias atrás, o diretor de futebol Victor Bagy havia dado a entender que o argentino continuaria no cargo: “O Milito tem contrato, a avaliação é positiva. É como eu falei, vamos trabalhar bem essa semana. Mas a gente faz uma avaliação positiva do trabalho dele”. O discurso do profissional não se sustentou.

    Lições de uma era turbulenta

    A passagem de Gabriel Milito pelo Atlético Mineiro será lembrada como um capítulo intenso, repleto de altos e baixos. O técnico chegou como um herói, conquistou corações e sonhou alto com a Massa, mas deixou o cargo sob críticas e insatisfação. O título mineiro e os lampejos de grande futebol não foram suficientes para sustentar o trabalho.

    Agora, o clube alvinegro se encontra novamente diante de uma encruzilhada, buscando respostas e uma identidade para voltar a ser protagonista. Enquanto isso, a torcida, fiel e apaixonada, continuará cobrando aquilo que o time sempre promete: raça, luta e títulos.

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