• Operação Lobo Mau: Santos Dumont é um dos alvos de ação nacional contra rede de abuso infantil

    Minas Gerais é o segundo estado com maior número de investigados na operação

    Foto: MPMG

    Em uma ação coordenada, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) participaram da Operação Lobo Mau, deflagrada nacionalmente hoje (31/10), para combater uma rede criminosa dedicada à produção, armazenamento e compartilhamento de material de abuso sexual infantil. A cidade de Santos Dumont, na Zona da Mata, foi uma das localidades onde mandados de busca foram cumpridos, destacando-se na operação que se estendeu por diversos municípios do estado.

    Com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber) e em coordenação com outros órgãos de segurança pública, a operação foi realizada em Minas Gerais com sete prisões e a apreensão de equipamentos eletrônicos. Esses dispositivos passarão por análise forense, com o objetivo de identificar outros possíveis envolvidos na rede de exploração infantil, fortalecendo a necessidade de cooperação contínua no combate a crimes cibernéticos.

    Além de Santos Dumont, mandados foram cumpridos em outras cidades mineiras, incluindo Araguari, Carangola, Vespasiano, Belo Horizonte, Patos de Minas, Santa Luzia, Monte Sião, Sete Lagoas, Uberlândia e Conceição do Mato Dentro, fazendo de Minas Gerais o segundo estado com o maior número de investigados na operação, que também atuou em 20 estados e no Distrito Federal.

    Uma coletiva de imprensa realizada hoje, contou com a presença dos promotores de Justiça do Gaeciber Mauro Ellovitch (coordenador), André Salles e Evandro Ventura, além da major Layla Brunnela, porta-voz da PMMG. O promotor Ellovitch falou sobre o perfil dos investigados e dos menores vítimas dos crimes. “É impressionante como os perfis são muito variados. Não dá pra gente colocar em uma caixinha e às vezes o erro está exatamente aí. São pessoas de idades diferentes, de 20 a 60 anos. São pessoas de condições sociais diferentes, de regiões diferentes do estado, então tem gente do Triângulo, Zona da Mata, Belo Horizonte, e isso só nos demonstra que o perigo é muito mais próximo da gente do que a gente imagina. Não dá pra você presumir que determinada pessoa é um pedófilo e compartilha esse tipo de material. Nas investigações a gente vai se surpreendendo como muitas pessoas que passavam abaixo do radar estavam envolvidas nesse tipo de crime”, alertou ele.

    A major Layla Brunnela falou sobre a importância da prevenção. “Deixar os filhos no celular sem um acompanhamento não é viável. Nós sabemos dos riscos, do quanto a criança é inocente e do quanto o adolescente ainda está em um processo de desenvolvimento. As ameaças, a captação desse adolescente, de fotos, de material, muitas vezes de maneira involuntária porque eles acreditam no outro lado. A presença dos pais, a atenção voltada, há hoje uma série de aplicativos que os pais podem fazer gestão dos celulares dos filhos e isso não precisa ser escondido, pode ser um combinado para que haja um monitoramento”, afirmou a militar.

    As investigações revelaram uma rede de criminosos que, disfarçados de usuários comuns em plataformas como Instagram, Telegram, Signal, WhatsApp e até jogos online como Roblox, manipulavam crianças e adolescentes a produzirem e compartilharem conteúdo sexual. A operação, batizada de “Lobo Mau” em alusão ao predador que se esconde atrás de uma imagem inofensiva, visa desarticular esses criminosos e reforçar o compromisso das autoridades em proteger menores dos perigos do ambiente virtual.

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