• O Dia da Imprensa em Barbacena: celebrando o passado, presente e futuro da comunicação na cidade

    Conheça a história e a evolução da comunicação na cidade

    Foto: Pixabay

    Por Isabella Paolucci

    O Dia da Imprensa, comemorado no dia 1º de junho, estabelece uma importante data de reconhecimento da importância dos meios de comunicação, que exercem um papel de extrema importância na sociedade. Instituído em 1999 pela Lei n 9.831, a celebração marca o início da veiculação do jornal Correio Braziliense de 1808, que foi o primeiro jornal a efetuar uma atividade jornalística e a formar opinião pública no Brasil. Em Barbacena, a imprensa local é caracterizada por sua diversidade e as inúmeras transformações pelas quais passou enquanto desempenhava um importante papel na sociedade barbacenense.

    O primeiro veículo de comunicação a circular na município foi chamado de Parahybuna. Sob a direção do padre Justino da Cunha Pereira, em sua primeira página trazia como lema as palavras “Os homens passão, passão as circunstâncias; mas os princípios subsistem, Deos louvado, a despeito das intrigas, a despeito das paixões, em todas as lutas sahem triunfantes; sabem vingar-se dos ultrajes que lhes irrogão a má fé, a ambição, ou a ignorância”. Ficou em circulação de 14 de maio de 1836 a 1839.

    Em janeiro de 1898, foi fundado um jornal que traria em suas edições o marco de relatar os acontecimentos de quase um século: o Cidade de Barbacena, que encerrou suas atividades apenas em 1993. Publicado semanalmente, o periódico teve como proprietário e editor Emílio Gonçalves Júnior e através de uma análise do veículo é possível observar a evolução do jornal impresso ao longo do tempo.

    Alguns meses após a sua fundação, mais especificamente em maio, pela primeira vez esteve presente em uma edição um desenho, sendo este um retrato do monsenhor José Augusto Ferreira da Silva que completava um mês de falecimento. Os exemplares também logo começaram a vir acompanhados de folhetins, sendo alguns deles A Pata da Gazela, O Incêndio no Polyteama e A Sorte Grande. No ano de 1930 começa-se a dedicar um espaço exclusivo para a política.

    Dentre o acervo de publicações do município, fez parte até mesmo um veículo humorístico. Nomeado Papyrus, ele foi inaugurado em 1909 por Honório Armond, Arentino de Carvalho, Valdemar e Anistides Marques, grupo que se intitulava “os netos de Lotus”. Nele, havia a seguinte descrição “jornal místico, cabalístico, partícipe, simbólico e paralelepípedo” e semelhante ao mesmo, havia também A Sogra de 1918, que trazia apenas críticas e tinha como redator-gerente O. Mendonça. No mesmo ano, surgiu uma revista de mesmo nome que contava com a mesma equipe, com os redatores F. Dutra e C. Rodrigues.

    Seguindo a lista de periódicos diferenciados, em 1927 circulava o menor jornal já publicado em Barbacena. Chamado O Gafanhoto, ele tinha estética infantil e seu redator era Paulinho Gonçalves. No mesmo segmento, se encontra também “O Abacaxi”, jornal carnavalesco lançado em 1946 e que teve apenas uma única edição sob a direção de Manuelzinho Amendoeira. Além destes, é notável a chegada do Jornal do Poste à cidade. Fundado em São João del-Rei em 1958 por João Lobosque Neto, ele conquistou em dezembro de 1969 o Prêmio Esso de Reportagem em originalidade nacional.

    Diversos outros veículos contaram a história do município, seja de maneira geral ou em núcleos que eram segmentados por estudantes, comunidades religiosas, órgãos públicos, clubes, entre outros, sendo até mesmo foi registrado um periódico que trazia as principais notícias em inglês.

    A chegada de novas tecnologias trouxe facilidade e praticidade para o jornalismo. Através do rádio, foi possível que as informações atingissem todas as camadas da sociedade, quebrando a barreira existente entre o analfabetismo e as notícias na mídia impressa. No entanto, antes mesmo da chegada destas ferramentas, por iniciativa de Honório Armond, no dia 22 de julho de 1915 foi realizada uma festa literária no município baseada nos moldes de um jornal falado. O gênero de espetáculo era conhecido apenas em Belo Horizonte. A radiodifusão surgiu oficialmente na cidade mais de 30 anos depois, quando em 11 de janeiro de 1948 foi inaugurada a Rádio Barbacena.

    Atualmente com a internet, novas páginas e formas de compartilhar a informação se tornaram viáveis. Os meios de comunicação agora traçam uma relação de proximidade com o público, se fazendo mais acessíveis à população através das redes sociais. Com a era digital, os periódicos antes impressos agora estão disponíveis em formatos de sites, onde a divulgação dos acontecimentos acontece quase que de forma imediata, para que seja acessado independente da hora e do local.

    Apesar de tantas transformações enfrentadas ao longo do tempo, a imprensa permaneceu sempre se reinventando, usando dos instrumentos disponíveis para alcançar um público ainda maior e mais diversificado. Os veículos não mais se limitam, explorando todas as formas de comunicação, usando de vídeos, fotos e/ou áudios, independente de serem ou não uma rádio ou um programa de televisão.

    Neste novo cenário, os noticiários barbacenenses se tornaram ainda mais diversificados, abrangendo as mais variadas perspectivas e vozes da comunidade. Dessa forma, o Dia da Imprensa em Barbacena marca não apenas o reconhecimento por um passado rico, mas também a celebração do atual cenário e também do futuro, sempre prezando pela verdade, imparcialidade e responsabilidade social. A imprensa barbacenense se manteve exercendo o seu papel fundamental, informando, formando opiniões e prezando pelo bem-estar da comunidade.

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